O estado de São Paulo voltou a apresentar filas de espera para realizar teste de covid 19, com alta demanda de processamento dos testes na rede pública.
Segundo os números apresentados pela matéria da Folha, são quase 14 mil amostras represadas em todo o estado, sendo 7.000 somente na capital paulista.
Dessa forma, a situação de teste de covid 19 no estado retorna ao mesmo parâmetros do início de abril, quando havia mais de 15 mil exames represados agurdando análise pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL), laboratório público até então responsável pelo processamento das amostras no Estado.
O governo ampliou as estratégias de teste de covid 19 no Estado, incluindo também amostras colhidas de pacientes com suspeita de covid-19 com sintomas gripais, não somente pacientes graves ou óbitos. No entanto, o número de teste de covid 19 processados por dia continua a ser, em média, de 1.700 em toda a rede.
Filas estavam zeradas em abril, com promessas de 8.000 testes processados por dia
Em 22 de abril, a fila para realizar o teste de covid 19 foi zerada na época, após a criação e parceria de uma rede de 50 laboratórios públicos e privados, sendo coordenados pelo Instituto Butantan.
Em virtude do sucesso da colaboração, foi prometido uma capacidade de processamento de até 8.000 exames por dia. Contudo, segundo a reportagem da Folha de SP, a rede está ociosa no momento.
Desde o dia 1º de Julho, o IAL recebe, em média, 1.700 amostras, mas consegue processar cerca de 70% dessa quantidade por dia. Na última quinta-feira (09/07), o Instituto liberou 1.417 teste de covid 19 na unidade central. O número de amostras aguardando processamento na plataforma GAL – Gerenciador de Ambiente Laboratorial, na mesma data era de 9.23
A Secretaria Estadual de Saúde nega que haja fila, e comenta que “as entradas e saídas são dinâmicas, não representando uma demanda reprimida, mas fluxo vigente inclusive devido à intensificação e ampliação das iniciativas de diagnóstico no Estado.”
No entanto, os dados apresentados pelo painel da Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (IVIS) do Ministério da Saúde, alimentado pelo GAL, apontavam 14.032 amostras de teste de covid 19 em análise na última sexta feira (10/07). Segundo o Instituto Butantan, “o cadastro no GAL leva em conta a informação inserida pelo serviço que realizou a coleta. […] Não significa necessariamente que a amostra já está sob os cuidados do laboratório.”
Atrasos na liberação dos exames de covid
O atraso das análise do teste de covid 19 é maior em municípios do interior, onde se encontram poucos laboratórios credenciados para analisar as amostras colhidas, além da falta de equipamentos automatizados, que facilitam o processamento das amostras.
Por essas razões, ocorre também o atraso na liberação dos exames. Do começo do mês de Julho até a última sexta feira (10/07), o tempo médio para analisar e liberar as amostras de teste covid 19 na unidade central do Adolfo Lutz, era de cinco dias, considerando a partir da data de chegada da amostra no laboratório.
Segundo os funcionários do Adolfo Lutz, os kits para extração do material genético estavam em falta, sendo que muitos dos insumos, adquiridos ainda no início da pandemia, venceram.
Apesar do atraso do processamento dos teste de covid 19, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informa que o tempo médio para a liberação dos exames é de 72 horas, conforme protocolo, e não procede a informação da demora de cinco dias, conforme relato da Folha de SP e funcionários do Instituto.
Disse ainda, em nota, que “os kits para extração de RNA e DNA são fornecidos pelo Ministério da Saúde e que estão disponíveis em estoque e dentro da validade, e o IAL aguarda ainda o envio de mais 400 kits solicitados em junho ao governo federal”.
Fonte: Folha de SP – Valor Econômico
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